Apresentação

Após me tornar católico, passei a conhecer, além dos que já conhecia, uma grande quantidade de católicos empenhados em preservar sua fé. Alguns deles me indicaram um mosteiro onde monges piedosos estão a construir uma igreja, e onde também se reza a Missa Tridentina. Lá conheci católicos incríveis. Também conheci o pe. Jahir. Para a preparação do meu batismo, ele me passou para ler o Catecismo Escolar e Popular do prof. P. Spirago, do qual li. Ao devolver, ele mandou eu reler (rsrs). Como normalmente reler um livro se torna monótono para mim (por mais interessante que seja, como é o caso desse catecismo), resolvi digitá-lo aos poucos. Não só para memorizar melhor os ensinos, mas para compartilhar com mais pessoas esse catecismo.

Como ele é bem antigo (a primeira edição é de 1902), as palavras do português não são as mesmas dos tempos atuais. Dessa forma, trocarei as palavras antigas por sinônimos atuais (em alguns casos aparenta mais algo como uma tradução!).

Espero que gostem, assim como eu, do ensino desse catecismo. Ele ensina o que a Igreja crê desde os séculos.

É claro que um catecismo não pode e nem vai substituir a Bíblia em ensino e valor. No entanto, ele serve como um professor, ou, no caso dos catequistas, um auxiliar. Isso ajuda a manter um ensino único, diferente das várias interpretações da Bíblia. Ora, a verdade é uma só, e não várias porções contraditórias.

Espero que além de ler o que digitar (que por conta de algumas tarefas cotidianas talvez tenha momentos em que demore de colocar uma nova parte), você também possa divulgar aos amigos, ou em sua página na internet.

Este layout é temporário. Pretendo modificá-lo enquanto digito e tenho mais idéias.

Em Cristo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Deus e suas criaturas (6)

Divina providência.



O que é a divina providência?

A divina providência é a conservação e o governo do mundo.

1) Deus conserva o mundo quando cuida de que a criação continue durando até o fim do mundo. Anualmente se repete as searas, a milagrosa multiplicação dos pães. – No dia do juízo, sim, o Sol deixará de brilhar e os corpos celestes abandonarão as suas orbitas. Entretanto, o mundo não perecerá, mas será apenas transformado num outro mundo melhor. Acontecerá com a terra como aconteceu com o Sol; à noite ele se põe, com o brilho apagado, mas ressurge no dia seguinte com esplendor dobrado. É o que diz S. Pedro: “Esperamos um novo céu e uma nova terra.”.


2) Deus governa o mundo quando cuida de que a criação o glorifique e nos sirva para o bem. Assim como um piloto dirige o navio para que alcance seu destino, Deus governa o mundo para que este realize o seu fim. O fim deste mundo é a glória de Deus e o bem das criaturas. Pelo fato de Deus não se esquecer de uma só criatura sequer na sua providência, Cristo diz, no sermão da montanha, que Deus cuida até dos pardais, dos lírios e das ervas do campo. É visto com clareza como Deus governa o mundo pela sorte de alguns homens (p. ex. José do Egito), bem como de povos inteiros (p. ex. o povo eleito), e pela santa Igreja Católica; além disso, pelo fato de Deus fazer o mal reverter em bem.

3) De modo particular, devemos estar lembrados da divina providência quando temos que sofrer. Mesmo que não pareça, Deus faz tudo com boa intenção. Nas próprias ciladas que nos armam, encontramos, muitas vezes, a salvação. Pessoas irreligiosas chamam as disposições divinas de acaso.

Por que Deus envia sofrimentos?

1) Ao pecador Deus envia sofrimentos para corrigi-lo e livrá-lo da morte eterna.

É o que demonstra a história do filho pródigo. Deus procede com o pecador como um pai com o filho rebelde. Deus é como um cirurgião: corta para curar. Frequentemente envia doenças para reparar a alma.

2) Deus envia o sofrimento ao justo para prová-lo e aumentar-lhe a perfeição da alma e a futura bem aventurança.

1) O mestre examina o aluno para poder dar boa nota. Deus prova, para poder dar felicidade. Deus provou os anjos, os primeiros homens, Jô e Tobias e o pobre Lazaro. Por isto diz S. Paulo: “Através de muitas tribulações nos é dado entrar no reino de Deus”. 2) Os sofrimentos conduzem a perfeição, porque purificam os homens dos vícios, assim como o fogo purifica o ouro e a lima limpa o ferro enferrujado. Deus é como um vinhateiro. Diz Jesus Cristo: “Toda videira que produz fruto, Ele a poda para que frutifique mais”. Portanto, nos sofrimentos o homem detesta os prazeres pecaminosos do mundo. Os sofrimentos aumentam o zelo pela oração; prova disto são os Apóstolos que se puseram a rezar durante a tempestade no lago. Como diz o adágio: “A necessidade ensina a rezar”. 3) Cristo falou aos Apóstolos: “Vossa tristeza se converterá em alegria”. Os sofrimentos, em geral, trazem desde cedo alegrias para o justo. É o que se vê na vida de Jacó, que tornou a encontrar seu filho José feito rei. S. Paulo diz: “Todas as coisas cooperam para o bem para aqueles que amam a Deus”. Por maior que seja um mal, sempre encerra em algum bem. Não desanimes nas adversidades, pois a dor e as penas se transformarão em alegria. São, portanto, insensatos os que, nas desgraças, põem fim a vida.

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